Oly Jr.
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


"Ir ou não ir... eis a questão!"

Eu criei esse blog mais pra falar sobre música.
Aliás, esse ano vou tentar manter uma rotina de publicação de postagens.
Eu gosto de escrever, mas sempre deixo pra depois e se vai o mês...
Mas vamos lá!!!

O que eu gostaria de dizer é que eu fiz esse blog pra me expressar culturalmente, artisticamente falando e que a música seria o ponto de partida. Mas como eu gosto e respeito muitas outras manifestações artísticas, resolvi falar sobre um fato que eu presenciei no cenário teatral.

Bom, como minha esposa é atriz e inevitavelmente eu fico a par de algumas coisas, como epetáculos em cartaz, atrizes e atores que estão encenando determinadas peças, quem são os figurões e as promessas, o lado bom e o lado negro da coisa, a plenitude e a burocracia... e por aí vai.

O fato é que eu me deparei com uma critíca teatral que me caiu o queixo. Eu já tô acostumado a ler e ouvir tudo quanto é tipo de crítica, pois estou no cenário cultural há mais de 10 anos e por isso eu tenho um conceito sobre isso. Mas antes de expressar meu conceito, relato o acontecido sem citar nomes, porque afinal, eu quero falar sobre o tal conceito e o fato em si é somente um exemplo bom pra isso.

Aconteceu que um cidadão metido a crítico teatral, falou em uma de suas críticas, que as pessoas não deveriam ver uma determinada peça de teatro.
Isso me causou revolta tremenda e confirmou ainda mais o que eu penso sobre as críticas culturais.
Eu só não postei comentários no blog desse cidadão, porque é isso que essas pessoas que se metem a criticar, querem. Chamar a atenção. Só isso.
Porque quando tu chega ao ponto de ofender, difamar ou dizer pras pessoas não se darem ao trabalho de ver ou ouvir determinada manifestação artística, é sinal de que tu não quer pensar e tão pouco refletir sobre o acontecimento de maneira social. Apenas pessoal.

Então, se uma crítica é pessoal, ela automaticamente se reduz a um simples ponto de vista.
Quando uma crítica é construtiva, leva-se em consideração fatores históricos, sociais e temporais, propondo ao leitor ou ao ouvinte, buscar o conhecimento para assim, formar uma cadeia conceitual.

O termo "crítica" provém do grego "crinein", que significa "separar", "julgar".
Somos criticos vorazes. Julgamos tudo e todos. É um ato natural do ser humano.
E a gente sabe que existem várias coisas pra se criticar dentro da sociedade e da condição humana. É um direito de todos. Cada área é uma área e vamos se ater no sentido cultural.

Ao meu ver, a crítica cultural serve para instigar o cidadão a usufruir da cultura de sua região ou propor o conhecimento de outras culturas. Participar, interagir, sentir e tentar entender certas manifestações artísticas. Ou seja, pra ti formar uma opinião é preciso conhecer o que tu se propõe a opinar. E o mais importate: deixar e propor às pessoas que formem suas próprias opiniões. Para tornar nossa sociedade mais democrática e civilizada.
É como se fosse um exercício. E tão ou mais que nós cidadãos, é um execício que qualquer crítico ou pessoa que tenha acesso à comunicação em massa deve fazer.
Um "crítico" dizendo pras pessoas não terem esse conhecimento é o processo inverso.
Tu se dar ao luxo de ver uma peça de teatro e não gostar é uma coisa. Tu ver, não gostar e instigar as pessoas a não verem, é no mínimo um ato preconceituoso, manipulador e com tendência xiita ou caudilhista.

É claro que existem pessoas formadas em suas faculdades artísticas, na qual, eu penso que estudaram vários tipos de manifestações que os tornam aptos a conceituar uma criação.
Mas, ainda assim, penso que o ato de criticar é uma função muito mais filosófica.
Portanto defendo a tese de que a pessoa mais próxima de uma crítica convincente a uma criação artística seria um filósofo. E mesmo assim, com toda a cordialidade e respeito que um autor merece.
Temos que aprimorar mais a difícil arte de nos colocar no lugar do outro.

O teatro, seja ele como for, goste você ou não, ainda é o reflexo de uma civilização.
Nele vamos poder nos ver, como num espelho;
Nele vamos ver refletidas as esperanças de um povo;
Nossos sonhos e temores;
Expressa e nos faz expressar raiva, riso, angústia, alegria. Ou seja, mexe com nossos sentidos.

Então, vá ao teatro!
Veja qualquer peça e forme sua opinião.
Não deixe nenhum manipulador barato desmotivar teu direito de cidadão de usufruir das artes de sua comunidade.
Pois a arte uni o físico com o espiritual e ajuda no seu desenvolvimento pessoal.
É apenas a minha humilde opinião.

Até...

Um comentário:

  1. Caro Oly.
    Concordo plenamente com o teu artigo, pois na minha concepção geralmente o crítico é um incompetente em fazer ou realizar, pois é mais fácil meter o pau em quem está tentando fazer, mesmo que de forma errada ou não condizente com os nossos gostos. Isto me lembra os críticos esportivos, experts em futebol ou outro esporte, que se tivessem no lugar dos técnicos fariam tal coisa ou mais. Porque não se tornam técnicos então, e vencedores imagino.
    A grande parte dos críticos literários nunca escreveram um miserável de um livrinho, e acenam como juízes da boa e má literatura. E por aí vai, criticos musicais, cinematográficos, teatrais entre uma imensa gama de incompetentes, que não sabem que o poder de criar tem seus custos. Imagina torná-los visíveis aos seus públicos, aí vai mais outras tantas dificuldades. Eu pessoalmente não gosto de funk, de rap, de pagode, mas quem faz este tipo de música não faz prá mim, mas para seu público. Quem sou eu em ir contra e tentar colocar na cabeça de um pagodeiro que o bom mesmo é rock, ou bolero, ou seja lá o que for. Reafirmo que gostei do teu ponto de vista.
    Abraços.
    Francisco

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