Oly Jr.
FolkRockMilongaBlues

domingo, 15 de novembro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009


"De Um Bando"

Como fiz questão de ressaltar em uma de minhas canções: "... sou cria do novo mundo com a globalização... mas nada me tira o sabor do gosto amargo do chimarrão...", ao mesmo tempo em que sinto a necessidade de retratar o contexto em que eu me situo atualmente, é impossível não citar artistas de gerações passadas que influenciaram o som que eu faço hoje!!! E ainda sinto essa necessidade, de incorporar dentro do meu processo criativo, elementos locais de suma importância pra o meu aprendizado musical. Mas confesso que sou um pouco recalcado no que diz respeito à uma geração unida... cúmplice, artisticamente falando!!!

Não vejo isso hoje e não senti quando eu estava começando a 11 anos atrás! Nunca vi concordância com o que eu fazia e com o que faço musicalmente falando a ponto de reunir alguns aliados e lutar por uma ideologia, mesmo sendo ela desfragmentada, mas pelo menos pra montar um quebra-cabeça de mil peças, que pra ser montado, exige uma certa paciência e um certo apoio mútuo de quem se propõe a monta-lo!!! Infelizmente tive de tentar montar sozinho o meu próprio quebra-cabeça. E não foi nada fácil!!! Poderia ter sido menos traumático, se houvesse "um bando" disposto a unir forças para cavalgar à passo largo e rédea curta em busca de um objetivo, que tenho certeza, era de comum acordo a todos que estavam inseridos numa redoma com limitações claras, mas com devaneios concretos.

E sempre que ouço a canção "De Um Bando" do Bebeto Alves, me vem a mente duas coisas: como fazer pra decorar essa "maldita" canção épica, dificílima de ser incorporada à um repertório??? E que traduz tão bem o contexto de uma época não muito distante, e que poderia servir como referencia (sei que tem gente que a usa) pra um cenário musical caranguejeiro. E como passar adiante esse aprendizado tão valioso???, Chego a agradecer à alguma força superior, a oportunidade de ter presenciado manifestações desse caráter. O fato é que não vou desistir enquanto houver luta, enquanto houver arte, enquanto artistas do calibre de Bebeto Alves... vivos e fortes se comunicando através de suas loucuras coerentes, canções faladas e sonhos cantados... tentando fazer de um bando, muitos outros!!!

Até...
Foto: Capa do CD "Juntos".

quarta-feira, 8 de julho de 2009


Meus Heróis Locais II...

Como eu já havia dito antes, a lembrança mais remota de uma legítima canção sulista que eu lembro de ter me influênciado foi "Canção da Meia-Noite" do Almôndegas. De lá pra cá as coisas foram acontecendo ao natural. Os discos foram aparecendo em casa e na medida que eu ia amadurecendo e criando, digamos assim, uma independência musical, e quando volta e meia sobrava um "arame", eu ia comprando os discos que eu ia descobrindo através do pessoal mais velho, como meus irmãos e seus amigos (eu tenho cinco irmãos mais velho e dois mais novos). Mas quem era mais ligado e praticamente me iniciou no mundo viciante dos vinis e me deu vários toques da linha evolutiva do rock, foi um de meus irmãos, chamado Érico.

Por causa de um vinil que vez em quando parava lá em casa, sim, porque o pessoal lá da zona sul, pelo menos nos arredores da Cavalhada, era meio duro de grana, quando alguém comprava um vinil, era praticamente obrigado a emprestar pra toda a turma. E ficava o vinil, uma semana, mais ou menos, na casa de alguém e o cara ficava escutando todos os dias, até enjoar. Claro que o cara pegava um emprestado e dava outro... e assim o lance virava um "toma lá, da cá" ferrenho... Mas como eu ia dizendo, numa dessas, chegou em minhas mãos um LP fundamental pra minha formação musical, artística e conceitual à respeito de muita coisa. Um disco chamado "Hein?!", do Nei Lisboa. Bah, ali foi loucura.
Esse disco me fez entrar de cabeça no blues. Por causa de uma música chamada "Faxineira". No encarte dizia que essa canção era inspirada em um blues de Brownie McGhee. Daí foi só alegria... ou blues... !?!?!?!?!?! E é nesse disco que tem umas das canções mais lindas e profundas que eu já escutei, "Telhados de Paris". Tinha também uma balada debochada chamada... "Baladas", entre outras canções que fizeram eu ficar dias e noites devaneando sobre elas. O disco "Carecas da Jamaica", também do Nei, não fica atrás... mas o "Hein?!" foi o primeiro que eu conheci dele... e o promeiro é o primeiro!!!!

Na mesma época, eu descolei um disco num sebo, chamado "Pegadas", do Bebeto Alves. Primordial... Nesse disco tem uma das músicas mais politizadas que eu já tinha escutado até então... e infelizmente continua atual. A música que dá nome ao disco, Bobdyliana... direto!!!! Por causa desse disco que eu ouvi falar em "batida reagge"... era a música "Depois da Chuva". Eu ouvia o pessoal comentando: "Bah! esse som tem uma batida reagge, saca??"... hehehehehe... bons tempos de descobertas. E depois fui atrás de um disco que tinha a canção "Notícia Urgente", que volta e meia eu escutava na rádio... era raro... mas de vez em quando eles rolavam. Era outro disco do Bebeto Alves que também se chamava "Notícia Urgente"... essa música eu tocava direto nas rodinhas de viola com a gurizada.

Eu era fissurado em lojas de vinis de segunda mão, ... ali eu ficava horas... batia papo com os donos das lojas e ia direto na discoteca da Casa de Cultura Mário Quintana, ouvir centenas de discos, sentado numa cadeira com um fone de ouvido.

Kleiton & Kledir já era clássico. "Deu pra ti" tá no inconciênte coletivo do portoalegrense. E o que dizer das baladas "Paixão" e "Nem Pensar"... maravilhosas!!! O disco "Tango" do Vitor Ramil... deusolivre!!! É outro disco que gastei ouvindo... Me fez prestar mais atenção em Bob Dylan e comprar o disco "Desire", do próprio Dylan, só pra conhecer a versão original da versão que o Vitor Ramil fez da música "Joey", que na versão de Vitor virou "Joquim". "Loucos de Cara" e "Sapatos de Copacabana" são músicas finíssimas, arranjos de primeira linha. Era um disco sofisticado pra época e sempre vai soar atual.

Aliás, Bebeto Alves, Kleiton & Kledir e Vitor Ramil, eram os exemplos mais vivos de que era possível... e ainda é, misturar a concepção musical daqui do sul com idéias contemporâneas.

Junto com esse pessoal que acabei de citar, eu ouvia também, com a mesma intensidade, bandas como TNT, Cacavelletes, Garotos da Rua, Taranatiriça, Bandaliera... era o lance rock 'n' roll da cidade.
Era o lado "foda-se"... "o négócio é rock 'n' roll rapaziada"... Era uma ingenuidade gostosa...
Essas bandas do rock, retratava mais a realidade da gurizada de meados da déacada de 80 até o início da década de 90, da minha adolecência.

Mas o rock é isso aí... é pra se conectar com a gurizada. O rock é o símbolo da juventude... "do it yourself"... "vamu lá locaiada, vamu azucrinar, vamu ser du contra, vamu dizer as coisas na lata da galera"... o rock é direto, tem algumas metáforas, mas é direto...

"Tô de Saco Cheio" da Garotos da Rua, "Não Sei" e "Cachorro Louco", da TNT, "Campo Minado" da Bandaliera, "Rockinho" da Taranatiriça, "Jessica Rose" e "Menstruada" da Cascavelletes...
Eram símbolos da resistência juvenil, o negócio era entrar de sola... eu absorvi muito tudo isso...
Mas por incrível que pareça, foram as baladas dessas bandas de rock que mais me tocaram...
"Eu Já Sei" da Garotos da Rua, "Sob Um céu de Blues" da Cascavelletes, "Nosso Lado Animal" da Bandaliera, "Nunca Mais Voltar" da TNT e por aí vai...

E no meio disso tudo ainda tinha a banda Engenheiros do Hawaii, que fazia rock com letras de conteúdo mais elaborado. E um artista que eu escutava direto e que eu não era capaz definir como "rock gaúcho" nem como um tipo de música sulista, com pensamentos contemporâneos mas com raízes no pampa, nos casos de Bebeto Alves, Kleiton & Kledir, Vitor Ramil, Almôndegas... era o Julio Reny!! Um lance urban!! Na real era um calderão de influências... desde o folk rock americano até o rock clássico, com pitadas da música latina, rhythm 'n' blues, country... e uma maneira de cantar e falar diferente dos demais. Pai do underground portoalegrense, poeta maldito, respeitado e admirado no circuito musical gaúcho. Quem frequentava o bairro Bom Fim ouvia as rádios locais e ia à shows no Ocidente, ouviu falar em Julio Reny e escutou em alguma ocasião as músicas "Não Chores Lola", "Amor e Morte", "Cine Marabá"... e mais tarde no Cowboys Espirituais fazendo sucesso com "Jovem Cawboy" e "O Mundo é Maior que o teu Quarto"...
O disco "Julio Reny & Expresso Oriente" é clássico dos clássicos... obrigatório ter na prateleira no setor de artistas sulistas.

E é bom saber e presenciar que a maioria deles continuam trabalhando... buscando novos horizontes... criando obras atuais que não perdem em nada pra obras passadas... emocionando novos ouvintes e se afirmando cada vez mais perante antigos súditos... é bonito de se ver!!!

E digo mais!!! Esses caras que eu citei aí em cima, me influenciaram mais do que qualquer outro artista internacional ou âmbito nacional!!!
Porque muitos deles eu tive o prazer de conhecer, de bater um papo, trocar idéias!!!
Pude ver com meus próprios olhos, shows memoráveis...
E principalmente porque o que eles diziam, parecia que era diretamente pra mim. Eles passaram pelas mesmas ruas, pelos mesmos bares, sofreram as mesmas angústias que eu... vibraram suas conquistas..., sonharam os mesmos sonhos que tenho hoje... cantaram pra esse povo e sobreviveram artisticamente num país, onde a política deturpada inpera e distorce o verdadeiro sentido social de uma população.

Devo muito minha diretriz artística à eles!!!

Eles tiveram uma grande parcela na minha formação musical e pessoal, aprendi a ser um cidadão do mundo, brasileiro nato e gaúcho por excelência.

Vida longa aos meus mestres regionais!!!

Até...
Foto: Capa do disco "Paralelo 30".

segunda-feira, 6 de julho de 2009


"Meus Heróis Locais I"

Bom, tudo começou quando eu ouvia por tabela, um LP da novela Saramandaia, que foi exibida na Rede Globo em 1976. Como eu nasci em 1977, obviamente não acompanhei na íntegra a tal novela global, de muito sucesso por sinal... só sei que alguns anos depois, lá pelo iníco da década de 80, eu sempre escutava essa música lá em casa. Minha mãe, que era chegada numa novela, quando sobrava um troco, comprava os LP's ou fitas K7's das trilhas sonoras das novelas. E isso ficava lá na sala, a disposição de curiosos que nem eu... piazito medonho tentando descobrir as coisas na marra...

E quando eu era piá, eu tinha um certo medo de uma música que rolava de vez em quando no rádio e que todo mundo cantarolava justamente a parte que eu mais temia... " o vampiro, o lobisomem, o saci-pererê..." e que tinha nesse LP, da trilha sonora de Saramandaia. A tal música?? "Canção da Meia-Noite"!!
Creio até hoje que muita gurizada tremia os cambitos quando escutava essa música.
"Canção da Meia-Noite" é uma música do conjunto musical "Almôndegas", e que foi lançada num LP chamado "Aqui", segundo disco do conjunto que estourou nacionalmente (coisa rara para artistas do sul do país) e que tinha como integrantes mais famosos, Kleiton & Kledir, que mais tarde formaram uma dupla musical de respeito e que continuou o legado do Almôndegas no circuito nacional.

Bem, o fato é que essa música (Canção da Meia-Noite), composta pelo grande compositor e guitarrista Zé Flávio, me despertou para eu adquirir um certo conhecimento e pesquisar a respeito de artistas sulistas.
Na medida em que eu me interessava mais sobre música, crescia também o orgulho gaúcho, não o bairrismo, mas o orgulho mesmo. Cresci num ambiente em que a cultura local era tão valorizada quanto a internacional e a nacional. E quando eu me emocionava com alguma canção, no fundo eu sabia que emoção é emoção... independente da onde vem...
Se eu era capaz de sentir algo ouvindo Bob Dylan, eu também comparava o tipo de sentimento que me atingia ouvindo Nei Lisboa... era normal eu cantar e dançar ao som de Beatles, Rolling Stones, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana... e da mesma maneira azucrinar ao som de TNT, Cascavelletes, Garotos da Rua, Engenheiros do Hawaii...
Na minha cabeça, Julio Reny, Bebeto Alves, Kleiton & Kledir, Vitor Ramil, Almôndegas, Nelson Coelho de Castro... não perdiam em nada, em termos de concepção e arte, para Neil Young, Lou Reed, Caetano Veloso, Gilberto Gil... claro que as vezes eu percebia diferenças tecnológicas e sonoros, mas em termos de valor criativo e emocional, tudo era igual... quando uma música toca o coração e instiga a tua mente, não importa da onde ela vem... ponto pra quem a compôs, cantou e tocou...

A verdade é quando eu comecei a me dedicar à música, a vivê-la... em algum momento da minha vida eu li em algum lugar um conceito que até hoje me faz refletir à respeito do processo criativo, mas também até hoje eu não consigo me lembrar em que circustância eu li, não lembro exatamente as palavras que foram usadas... quem falou, quem publicou, onde, quando... resumindo, era mais ou menos assim:

"Cante a sua região, sua vivência, o que te foi passado ao longo dos anos... misture com seus sonhos... tente sentir a atmosfera artística de onde você se encontra... traduza o momento social onde você está inserido... bote pra fora suas angústias, seus medos, seus desejos... e quando ao final de cada canção, você se emocionar e sentir uma satisfação interior, é porque você conseguiu por si só, criar um processo artístico de valor internacional e insubstituível."

É por aí...

Até...
Foto: Capa do Livro "Som do Sul" de Henrique Mann.

domingo, 14 de junho de 2009


Sobre o "Rock Gaúcho"...

Sempre acreditei (e acredito até hoje) que o chamado "rock gaúcho" é uma linhagem que começou com o Liverpool, passou pelo Bixo da Seda, pegou de jeito a Bandaliera, Taranatiriça e os Garotos da Rua, de lambuja chegou no TNT, Cascavelletes, Replicantes... laçou o Acústicos e Valvulados, Tequila Baby, depois veio a Bidê ou Balde, Video Hits, Cachorro Grande ... e hoje temos Superguides, Cartolas, Identidade... só pra citar algumas bandas, pra visualizar melhor as coisas (é claro que existem muitas outras que eu não tô lembrando agora)...

Porque não tem "rock paulista", "rock carioca", "rock mineiro" e etc...
Até tem, mas aqui foi mais difundido por causa da velha questão geográfica... sempre a tendência de a gente ser diferente, "excluido"... o pessoal de São Paulo, do Rio de Janeiro e um pouco os Mineiros, estão dentro do "Rock Nacional", porque eles estão mais perto do centro do país e tem a mídia à favor... simples assim!!! E o que não tá no centro, tá fora!!! E pra sobreviver fora do centro, é preciso inventar, chamar a atenção... se não, o resto te engole!!!

Então o pessoal daqui, sempre se reinventou, nunca ficamos parado, fizemos a cena por aqui mesmo... e isso gerou um sentimento de raiva (que já está no nosso DNA por causa dos farrapos e outras guerras) que se não for interpretada com calma, soa petulante... mas sempre acreditei que isso aconteceu por necessidade geográfica e histórica... tivemos que criar anti-corpos pra sobreviver... E a coisa ficou tao forte que o Brasil inteiro se refere ao "rock gaúcho" como algo diferenciado... o que é uma loucura, pois rock é rock em qualquer lugar do mundo, mas a forma como a gente se impôs no decorrer dos anos, ficou tão marcada que virou bordão!!! Eu já ouvi dizer por exemplo, que tem gente que faz "rock gaúcho" no Paraná, em Recife, São Paulo e coisa e tal... é uma viagem total... assim como o blues... tem o blues de Chicago, New Orleans, Mississippi... tudo é blues, mas cada região tem seu tempero, seu sotaque...

Cada região tem seu conceito de fazer música e interpretar, do jeito que lhe foi passado ao longo dos anos, misturado com peculiaridades de cada ser humano!!! Penso que ganhamos na insistência... de tanto falarmos em "rock gaúcho", com o peito estufado, pro resto do país... que acabou pegando!!! Aqui pegou bem, o problema é na maioria das vezes pega mal fora do sul... soa petulante!!! Por causa do sotaque... que lá pra cima parece brabeza... Mas fazer o quê?!?!?!?!?! É um fator histórico... que nem os farrapos... que nem o lampião... que nem o rock Inglês... que nem o blues de Chicago... que nem a Revolução Francesa... e por aí vai...

Somos Gaúchos, ora bolas ... (viu como é???)... hehehehe... tá no DNA... quando menos se espera a gente larga uma... o orgulho de viver por essas bandas vem a tona...!!! Mas na real, música é uma forma de expressão... então cada um se expressa da maneira que achar melhor... e fim de papo (já dizia o Raul)!!!

Até...
Foto: Capa do disco "Rock Grande do Sul".

terça-feira, 2 de junho de 2009

É incrivel, quando a gente se livra de certos preconceitos e tenta enxergar o conteúdo artístico das canções.
Aconteceu isso comigo e quero compartilhar essa senssação, tentar explicar em palavras, o que eu não sei se vou conseguir, mas bueno... vamos lá!!!

O que aconteceu foi o seguinte: a minha vida toda eu ouvi tudo e mais um pouco no que se refere a música... como diz na letra de uma das minhas canções, "... sou cria do novo mundo com a globalização..." (letra da canção "Eu Sou Da Capital", do disco Milonga Blues), então ouvi muita música tradicionalista, MPB, todas as vertentes do rock e o próprio rock também, música "brega", blues, música clássica, pop internacional e por aí vai... um verdadeiro toró de notas musicais...
Colecionei muitos vinis ao longo de minha existência e escutei tudo que é tipo de estação de rádio que pegasse em minha cidade, minha Porto Alegre querida. Hoje já não tenho tantos vinis quanto antes e não escuto muito rádio... mas as lembranças, pelo menos algumas, permanecem inalteradas, tem músicas que eu ainda escuto no meu inconciente, mesmo fazendo tempo que eu não às escuto por ondas musicais propriamente ditas, tem aquelas que me emocionam ainda hoje cada vez que às ouço e tem aquelas que eu não dei muita bola em uma determinada época e me tocou de uma maneira que eu não sei explicar nos dias de hoje... daí onde eu quero chegar!!!

Comecei a me questionar: Por que eu não prestei atenção em uma determinada canção antes e como a mesma canção me emociona hoje???
Claro que cheguei a conclusão, que foram diversos motivos que me fizeram não prestar atenção em algumas canções, mas o que me deixou chateado é que, muitas dessas canções eu não dei bola, por puro preconceito... preconceito que é imposto na cabeça da gurizada pelas rádios, pelos amigos, pelos mais velhos...

A salvação é que, pelo menos comigo, o tempo vai passando e o cara começa perdendo certas manias... hmmm... e ganhando outras, talvez... hehehehe... bom, o tempo é o curador do preconceito, acredito eu!!! Acho que o cara vai amolecendo um pouco, enxergando as coisas com menos carga social que mina a cabeça das gerações...

O preconceito racial, "graças a Deus", graças a minha criação ou graças a alguma força superior da qual ainda não tenho conhecimento, ou graças apenas a um contexto social, nunca tive!!! Mas preconceito musical, ah isso sim... !! É tão ruim quanto o racial, mas menos torturante e menos cruel... mas eu tinha certos preconceitos musicais que, agora sim, graças ao tempo, transformou-se em conceito!!!

O fato é que eu cheguei no conceito musical "Milonga Blues", porque simplesmente deixei o preconceito de lado!!! E hoje penso que na arte, quer dizer, no mundo, não tem espaço pra nenhum tipo de preconceito... mas na arte pode-se firmar um conceito, uma forma de trabalhar, de se expressar, escolher um nicho, partir de um ponto de referência, mas sempre tentar enxergar a condição artística de outras manifestações!!!

Falando mais especificamente de música, sempre vai haver alguma coisa artística em um determinado contexto musical.
Vamos deixar claro o conceito de arte: Arte é a capacidade que o ser humano tem de transformar a idéia em matéria, se valendo de seu estado de espírito e de sensações para a criação de uma obra.

Sendo assim, qualquer tipo de criação musical, tem um conteúdo artístico que, independente do gosto pessoal de cada um, merece um minuto de atenção ou um pouco mais!!!

Enfim, quando eu resolvi entrar dentro de dois estilos musicais que aparentemente são extremamente diferentes, buscando o conteúdo artístico mor de cada um, consegui juntar a milonga gaúcha e o blues americano...

Agora sim, consegui botar minha digital artística na música!!! E isso por quê???
Porque segui o conceito de arte, citado ali em cima, conceito... isso sim e não o maldito preconceito!!!

Feitoria!
Até...

segunda-feira, 27 de abril de 2009




















Primeiramente, quero divulgar dois sites que o pessoal pode conferir, conhecer e acompanhar minha carreira musical!!

www.myspace.com/olyjr

&

www.tramavirtual.com.br/oly_jr

É só entrar e fuçar!!!

Até...






Foto: Gabriela di Bela