"Peleia"...
Buenas!!
Se instalou uma polêmica desde o dia 25 de janeiro de 2010 envolvendo o músico/compositor Nei Lisboa e os defensores do Movimento Tradicionalista. Podem procurar no Google se quiserem ou acharem que vale a pena se interar do assunto.
Achei interessante a discussão (essa discussão não é nova e não vai parar por aqui) e resolvi escrever meu ponto de vista e me pronunciar sobre o assunto. Como um exercício comigo mesmo a respeito dos conceitos e preconceitos que estão incorporados na minha corrente sanguinea.
Buenas!!
Se instalou uma polêmica desde o dia 25 de janeiro de 2010 envolvendo o músico/compositor Nei Lisboa e os defensores do Movimento Tradicionalista. Podem procurar no Google se quiserem ou acharem que vale a pena se interar do assunto.
Achei interessante a discussão (essa discussão não é nova e não vai parar por aqui) e resolvi escrever meu ponto de vista e me pronunciar sobre o assunto. Como um exercício comigo mesmo a respeito dos conceitos e preconceitos que estão incorporados na minha corrente sanguinea.
Manifesto tardio, pois tava na praia e ainda tô sem internet em casa, mas tô voltando ao mundo.
Bom, o fato é que o Nei fez um infeliz comentário pessoal sobre a música tradicionalista e especificamente a música de Teixeirinha.
Bah, mexeu em vespeiro (como se diz por aí)!! É um direito dele e é um direito daqueles que são contra, se pronunciarem também.
Já eu, concordo em partes com o pensamento do Nei e também acho que ele exagerou, e foi um pouco deselegante com a música de Teixeirinha, dizendo que era ruim, estética, ideológica e musicalmente. É uma visão pessoal, nada mais! E eu respeito!! E desde já, vamos deixar claro que é uma discussão ideológica, musicalmente falando. Pelo menos é pra ser! Só que alguns elevaram a polêmica num âmbito pessoal e preconceituosa.
Na real, os principais envolvidos, Nei Lisboa, César Oliveira, João de Almeida Neto e Giovani Grizotti, foram no mínimo instintivos nos seus pronunciamentos e se esqueceram de uma coisa importante, a condição artística da coisa!!
Eu particularmente concordo com o Nei quando ele diz que: "a música tradicionalista não o representa". E eu vou mais fundo. A música tradicionalista não representa o povo que nasceu e/ou mora no Rio Grande do Sul. Pelo menos nos últimos tempos.
É só ver o que se produz de música no estado. Nos guetos, nos bairros boêmios, burgueses, no interior do estado, nas regiões metropolitanas e etc.
É matemático!! Mas a música tradicionalisa representa uma parte da nossa sociedade que devemos respeitar e apoiar.
Todo mundo sabe que estamos num mundo globalizado e não cabe aqui discutirmos se é bom ou ruim! O fato é que muito dos estereótipos regionais já caíram por terra a muito tempo.
Então não podemos dizer piamente que um determinado contexto musical representa uma região ou que ele é ruim.
Devemos sim, cultivar fatores histórico e encara-los com o devido respeito, como fator histórico que é.
Por isso penso que o Movimeto Tradicionalista deve ser cultivado como uma forma de proteção a história do Rio Grande do Sul. O que não quer dizer que represente os costumes atuais do povo gaúcho. O próprio nome já diz: MOVIMENTO Tradicionalista. E um Movimento, até onde eu sei, baseia-se basicamente por dois fatores: pela natureza da classe social que emergem e pelo seu caráter de luta – transformador (reformista, reacionário, revolucionário) ou conservador.
No contexto musical, a coisa se torna mais abrangente.
A música muito mais que manifestação artística de uma região, é uma manifestação pessoal!
Não se aplica a meros fatores regionais.
O artista compõe a sua arte levando em consideração seu estado de espírito, vivência, sonhos, aptidão, gosto, política, acontecimentos, escola musical e infinitas influências.
Não venham me dizer que eu não faço música gaúcha e com aquele papo furado de que quem não faz música tradicionalista não dá valor a sua origem e blá blá blá...
E também não venham me dizer que a música tradicionalista é arcaica e não se renova, que é ruim e pobre, que é intragável...
Bom, o fato é que o Nei fez um infeliz comentário pessoal sobre a música tradicionalista e especificamente a música de Teixeirinha.
Bah, mexeu em vespeiro (como se diz por aí)!! É um direito dele e é um direito daqueles que são contra, se pronunciarem também.
Já eu, concordo em partes com o pensamento do Nei e também acho que ele exagerou, e foi um pouco deselegante com a música de Teixeirinha, dizendo que era ruim, estética, ideológica e musicalmente. É uma visão pessoal, nada mais! E eu respeito!! E desde já, vamos deixar claro que é uma discussão ideológica, musicalmente falando. Pelo menos é pra ser! Só que alguns elevaram a polêmica num âmbito pessoal e preconceituosa.
Na real, os principais envolvidos, Nei Lisboa, César Oliveira, João de Almeida Neto e Giovani Grizotti, foram no mínimo instintivos nos seus pronunciamentos e se esqueceram de uma coisa importante, a condição artística da coisa!!
Eu particularmente concordo com o Nei quando ele diz que: "a música tradicionalista não o representa". E eu vou mais fundo. A música tradicionalista não representa o povo que nasceu e/ou mora no Rio Grande do Sul. Pelo menos nos últimos tempos.
É só ver o que se produz de música no estado. Nos guetos, nos bairros boêmios, burgueses, no interior do estado, nas regiões metropolitanas e etc.
É matemático!! Mas a música tradicionalisa representa uma parte da nossa sociedade que devemos respeitar e apoiar.
Todo mundo sabe que estamos num mundo globalizado e não cabe aqui discutirmos se é bom ou ruim! O fato é que muito dos estereótipos regionais já caíram por terra a muito tempo.
Então não podemos dizer piamente que um determinado contexto musical representa uma região ou que ele é ruim.
Devemos sim, cultivar fatores histórico e encara-los com o devido respeito, como fator histórico que é.
Por isso penso que o Movimeto Tradicionalista deve ser cultivado como uma forma de proteção a história do Rio Grande do Sul. O que não quer dizer que represente os costumes atuais do povo gaúcho. O próprio nome já diz: MOVIMENTO Tradicionalista. E um Movimento, até onde eu sei, baseia-se basicamente por dois fatores: pela natureza da classe social que emergem e pelo seu caráter de luta – transformador (reformista, reacionário, revolucionário) ou conservador.
No contexto musical, a coisa se torna mais abrangente.
A música muito mais que manifestação artística de uma região, é uma manifestação pessoal!
Não se aplica a meros fatores regionais.
O artista compõe a sua arte levando em consideração seu estado de espírito, vivência, sonhos, aptidão, gosto, política, acontecimentos, escola musical e infinitas influências.
Não venham me dizer que eu não faço música gaúcha e com aquele papo furado de que quem não faz música tradicionalista não dá valor a sua origem e blá blá blá...
E também não venham me dizer que a música tradicionalista é arcaica e não se renova, que é ruim e pobre, que é intragável...
Quando se generaliza uma coisa a tendência é não formar conceito e sim desmoraliza-los.
Vamos se respeitar gurizada!!
Dá pena de ver o César Oliveira, baita artista por sinal, fazendo um discurso contra o preconceito com a música que exalta a tradição gaúcha e dizendo que "artistas de grande cunho intelectual, se assemelham-se a “morcegos”, pois somente os encontramos à noite circunscritos a uma área restrita em bairros tradicionalmente boêmios de nossa capital".
Preconceito é pouco.
Dá pena o João de Almeida Neto e o Giovani Grizotti tentando menosprezar a condição artística do Nei Lisboa assim como ele o fez a Teixeirinha. Tudo isso numa linha tênue entre o insulto e o "tapa de luva".
Pior que isso são as manifestações no blog "Roda de Chimarrão" e no site da Zero Hora, misturando todo os tipos de sentimentos, desde o bairrismo à falta de informação com a cultura gaúcha.
Eu não sou o dono da verdade, não me considero intelectual no assunto histórico e tão pouco músico acadêmico a ponto de discutir os aspectos teóricos das canções nativas e populares.
Mas tive o privilégio de nascer em Porto Alegre, filho de um pai de Uruguaiana, mãe de Canoas.
Tive a felicidade de ter Barbosa Lessa em minha casa e ouvir dele aspectos históricos do nosso estado.
Tive a oportunidade de escutar uma infinidades de artistas e músicas de todas as partes do mundo.
Aprendi a tocar violão tendo o blues americano como ponto de partida.
Cresci ouvindo de Bebeto Alves à Rolling Stones, de Bob Dylan à Jayme Caetano, de Almôndegas à Beatles, de Nei Lisboa à Caetano Veloso, de Garotos da Rua à Barão Vermelho, de Julio Reny à Muddy Waters, de Lupicínio à Bezerra da Silva, de Elis Regina à Mercedez Sosa, de Vitor Ramil à León Gieco...
Gosto de chimarrão, coca-cola, cerveja, whiskey, como churrasco, massa, cuca, pizza, uso alpargata, tênis, bota, chapéu, boné, calça jeans, lenço, ando a cavalo, ando de bicicleta, de carro, de ônibus, fui escoteiro, sei manusear um facão, uma caneta, fiz artes marciais, vejo filmes americanos e outros também, sei falar com educação e se for pra falar grosso também sei, entendo alguma coisa de inglês mas falo muito pouco, me saio melhor no espanhol, conheço várias culturas, uso a internet e o microondas e por aí vai...
Nenhum gaudério metido a grosso e nenhum espertinho cosmopolita vai tirar minha condição de gaúcho/brasileiro nascido na segunda metade do século 20 e presenciando a virada para o século 21.
E praqueles que se limitam na sua condição artística, aí vai um recado:
A MÚSICA TRANSCENDE A GEOGRAFIA.
O importante não é onde se faz e como se faz.
O que faz da condição artística um fator importante, é como ela interfere na sociedade como um todo!
Até...
Vamos se respeitar gurizada!!
Dá pena de ver o César Oliveira, baita artista por sinal, fazendo um discurso contra o preconceito com a música que exalta a tradição gaúcha e dizendo que "artistas de grande cunho intelectual, se assemelham-se a “morcegos”, pois somente os encontramos à noite circunscritos a uma área restrita em bairros tradicionalmente boêmios de nossa capital".
Preconceito é pouco.
Dá pena o João de Almeida Neto e o Giovani Grizotti tentando menosprezar a condição artística do Nei Lisboa assim como ele o fez a Teixeirinha. Tudo isso numa linha tênue entre o insulto e o "tapa de luva".
Pior que isso são as manifestações no blog "Roda de Chimarrão" e no site da Zero Hora, misturando todo os tipos de sentimentos, desde o bairrismo à falta de informação com a cultura gaúcha.
Eu não sou o dono da verdade, não me considero intelectual no assunto histórico e tão pouco músico acadêmico a ponto de discutir os aspectos teóricos das canções nativas e populares.
Mas tive o privilégio de nascer em Porto Alegre, filho de um pai de Uruguaiana, mãe de Canoas.
Tive a felicidade de ter Barbosa Lessa em minha casa e ouvir dele aspectos históricos do nosso estado.
Tive a oportunidade de escutar uma infinidades de artistas e músicas de todas as partes do mundo.
Aprendi a tocar violão tendo o blues americano como ponto de partida.
Cresci ouvindo de Bebeto Alves à Rolling Stones, de Bob Dylan à Jayme Caetano, de Almôndegas à Beatles, de Nei Lisboa à Caetano Veloso, de Garotos da Rua à Barão Vermelho, de Julio Reny à Muddy Waters, de Lupicínio à Bezerra da Silva, de Elis Regina à Mercedez Sosa, de Vitor Ramil à León Gieco...
Gosto de chimarrão, coca-cola, cerveja, whiskey, como churrasco, massa, cuca, pizza, uso alpargata, tênis, bota, chapéu, boné, calça jeans, lenço, ando a cavalo, ando de bicicleta, de carro, de ônibus, fui escoteiro, sei manusear um facão, uma caneta, fiz artes marciais, vejo filmes americanos e outros também, sei falar com educação e se for pra falar grosso também sei, entendo alguma coisa de inglês mas falo muito pouco, me saio melhor no espanhol, conheço várias culturas, uso a internet e o microondas e por aí vai...
Nenhum gaudério metido a grosso e nenhum espertinho cosmopolita vai tirar minha condição de gaúcho/brasileiro nascido na segunda metade do século 20 e presenciando a virada para o século 21.
E praqueles que se limitam na sua condição artística, aí vai um recado:
A MÚSICA TRANSCENDE A GEOGRAFIA.
O importante não é onde se faz e como se faz.
O que faz da condição artística um fator importante, é como ela interfere na sociedade como um todo!
Até...